segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Liderança empática

Numa tarde, a caminho de uma reunião, ao parar em um semáforo, olhei para o céu e percebi a formação de nuvens de chuva. Além da preocupação com o possível congestionamento no trânsito, uma ideia me surgiu: as velozes nuvens como uma metáfora para a globalização.

Assim como a chuva repentina exige atitudes instintivas pelo fato de criar um cenário de tumulto, a globalização produz dificuldades devido às mudanças que a seguem. Se pensarmos nas fusões de grandes empresas, por exemplo, encontramos quatro pontos de dificuldade para o líder:
1. Choque de culturas – Não é necessário que uma empresa vá a outro país para que haja choque cultural. Simplesmente pelo fato de cruzar comportamentos, os funcionários têm a sensação de compartilhar o lar com estranhos.
2. Falta de sintonia – Nesse lar compartilhado, é provável não ocorrer sintonia, os ambientes passam a ser campos de batalhas ou demarcação de territórios. Os funcionários não se enxergam como peças moventes de instituições.
3. Disputas veladas – Nessas disputas, a instituição fala mais alto que o ser humano. O que passa a existir entre as pessoas é a relação dominado x dominador.
4. Atritos e falta de flexibilidade – Os maiores desentendimentos são as posturas fechadas, tanto de líderes como de funcionários. A produção de atritos é justamente o fechamento do “pensar novos horizontes”, a empatia. Por que o outro não pode ser bem-vindo? O esforço em responder essa questão é, para o líder, um precioso mecanismo para incentivar sua equipe a aceitar as diferenças.

Soluções e dicas de liderança empática – Delimitados o cenário globalizado e as dificuldades por ele trazidas, proponho aos líderes e colaboradores o conceito de empatia da minha recente monografia de MBA. Defendo cinco competências emocionais, baseadas nos trabalhos de Daniel Goleman: autoconhecimento, autocontrole, automotivação, empatia e habilidades sociais.

Essa pesquisa, feita principalmente com secretárias, detectou que autoconhecimento e autocontrole têm um bom índice de ocorrência, com 25% e 24%, respectivamente. Empatia, porém, não é tão frequente, com apenas 14%.

Empatia é se tornar sensível aos aspectos sociais e ter consciência da situação antes de ser entendido. Na prática, é abrir em nós mesmos uma perspectiva de “recepção” em relação às novas regras e procedimentos, ou seja, ao processo de mudança. Cabe agora falar de um estilo de liderança pela empatia. Reconhecendo que as fusões e aquisições são fatores corriqueiros, devemos conhecer tendências comportamentais, por exemplo, a geração Y, selecionar o que é potencial e entender que a mudança produz atritos não somente negativos.

Técnicas para liderar com empatia:
1. Ter visão de conjunto do funcionário.
2. Possuir visão global da empresa.
3. Mudar com as mudanças.
4. Valorizar os pontos positivos das diferentes gerações.
5. Estabelecer a fórmula “competência + entrega = empatia”.
6. Resolver conflitos comportamentais.
7. Fazer o outro deixar de ser “pedaço” da instituição.

Dessas sete tarefas para o líder, acredito na última como dispositivo de ação para as anteriores. Somente quando reconhecermos o outro como parte integrante de nossa humanidade é que as desavenças institucionais deixarão de existir. Mais que uma conclusão para este texto, o conceito de empatia ou o “se colocar no lugar do outro” é tarefa que o líder deve ter sempre em mente para uma gestão voltada à sustentabilidade das relações dentro e fora das organizações.

(Por Minoru Ueda, publicado na Revista Liderança, edição 63, janeiro/10)

Um comentário:

  1. Subarashi Ueda San!
    Hajimemashite!
    Watashi wa #tinandrade @revistasermais desu!
    Douzo Yoroshiku Onegaishimasu!

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