segunda-feira, 10 de maio de 2010

Renovando a intuição com a empatia

As tomadas de decisão são angustiantes e nos colocam em situações de emergência. Como é complicado saber para qual caminho nossa energia está fluindo. O jogo aleatório de “cara ou coroa” não ajuda a resolver efetivamente um desafio. A pior coisa é fazer uma escolha sem planejar ou estudar o que ela é capaz de proporcionar em um futuro próximo. O que fazer então?

A angústia criada nas tomadas de decisão é um fenômeno que ocorre pela falta de empatia. Esta competência emocional não tem sido muito praticada no meio organizacional. Contudo, ela está diretamente relacionada à assertividade e à tomada de decisões de última hora por exigir de nós um novo modelo mental de percepção.

Devido à minha experiência em ambientes organizacionais, venho percebendo que a ideia de decidir por intuição não é muito bem vista pelos líderes. Acredito que há um equívoco em torno do conceito, pois a intuição não é um método aleatório de decisão. Pelo contrário, ela é uma nova disposição de nosso organismo que nos permite sentir o mundo de maneira diferente e eliminar preconceitos.

Sendo assim, a empatia e a intuição são ações sérias de envolvimento com todas as possibilidades virtuais de um evento. Assim, a intuição não tem nada a ver com a decisão descompromissada do “cara ou coroa”.

Há um consenso nos estudos sobre a empatia que diz: “compreender as pessoas nas suas maneiras específicas de ser e buscar a assertividade em situações desafiadoras de comunicação são temas básicos nessa competência emocional”.

A empatia é um mecanismo que nos auxilia a tomar decisões e aceitar os resultados como eles são, sem promover decepções. Os principais elementos da intuição são a empatia e a assertividade, pois elas colocam em xeque as maneiras de perceber o mundo e nos ligam diretamente aos eventos como eles são. A intuição, relacionada à empatia, é a liberdade expressiva de observar as coisas e considerar seus fluxos.

Criar um caminho para a tomada de decisão, pautados pelo comportamento empático, é a tarefa mais segura para se chegar a um acordo na hora de decidir algo, sem deixar nosso futuro na mão do acaso.

Venho trabalhando com a abrangente ideia da empatia como fenômeno produtor da sustentabilidade na organização. Parto da necessidade por comunicação que vem rondando as organizações. Percebi na pesquisa que são diversas as questões em torno do ato de comunicar.

Descobri que a comunicação é um procedimento delicado, uma aproximação empática do outro e uma maneira de tocar sinceramente aquilo que nos é diferente.

Um líder está sempre comunicando. Mesmo seu silêncio pode se tornar uma maneira agressiva de dizer coisas. Achamos que ficar “de bico calado” para certas decisões é a melhor saída. Porém, nossa mudez pode causar contratempos gigantescos e prejudicar nossa equipe. Assim, o silêncio pode ser um grito muito irritante.

Para inverter essa postura omissa, resgato o conceito de assertividade, pois ele é capaz de estruturar as pessoas em torno de uma atitude incisiva, aberta, reflexiva e autônoma de “colocar as coisas sobre a mesa”.

Desta maneira, tomar uma decisão pela intuição deixa de ser um processo aleatório e desinteressado, passando a ser um envolvimento tácito com um evento que está para acontecer. Intuição e empatia são galhos da mesma árvore: a naturalidade humana.

(por Minoru Ueda, publicado na Revista Ser Mais, edição 11)

3 comentários:

  1. Aprender a escutar nossa intuição eleva nosso padrão de vida e penso que, atualmente, é questão de sobrevivência (exagero?). Que bom que nos trouxe maior esclarecimento sobre esse tema (fundamental).

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  2. Ola Ieda Alves. Concordo em gênero e número com você: a empatia eleva o nosso padrão de vida e a nossa própria sobrevivencia, pois nos faz refletir sobre a humanidade do outro e a partir desta linha de raciocínio e conduta, criamos novos significados e principalmente novas decisões para a nossa vida.

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  3. Olá Charles,

    Adorei o texto. Muitas vezes nós mesmos ignoramos a nossa intuição e quando algo acontece nos recordamos "bem que pensei nisso". Acredito que é uma questão de exercício, arriscar mais e seguir as idcas que o nosso cérebro, nada passional, nos dá.

    Grande abraço e saudades!

    Erica Andrade

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