quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ser amigo do chefe nem sempre é um bom negócio; conheça os motivos

 

A máxima “Amigos, amigos, negócios à parte” é que deve ditar as regras se chefe e subordinado mantêm uma relação que extrapola a definida no ambiente profissional.

Esse tipo de situação é comum, por exemplo, quando ambos ocupavam posições semelhantes na hierarquia e um deles foi promovido a superior imediato do outro.

Essa mudança, contudo, não significa o adeus à confraternização das famílias nos churrascos de domingo ou aos frequentes “ happy hours” no bar favorito da dupla.

O que tem de ser considerado nessa nova configuração do relacionamento são estratégias para evitar que o convívio pessoal prejudique o desempenho no trabalho – e vice-versa.

A melhor alternativa, no caso, é definir os novos papeis de cada um e as regras que deverão nortear sua convivência.

Para chegar a boas soluções, as palavras-chave são maturidade e profissionalismo, considera Márcia Almström, diretora de recursos humanos da Manpower Brasil – o que se traduz em “separar bem as coisas” que competem a cada esfera da relação.

Ao chefe cabe, por exemplo, cuidar para que a amizade não comprometa a imparcialidade no tratamento dos membros da equipe. “Ele não pode incorrer em erros como valorizar mais o ponto de vista do amigo que os dos outros subordinados ou conceder a ele mais benefícios que aos demais”, ensina Almström.

Para não comprometer a amizade


Cobranças - Não vale exagerar nas cobranças ao funcionário mais “chegado” só para mostrar que essa proximidade não interfere em seu julgamento sobre o desempenho dele. A pendência para o outro extremo também corrompe o princípio da isonomia.

Confidências - Nada de confidências sobre informações privilegiadas da empresa às quais passou a ter acesso depois que assumiu a nova posição. É preciso controlar a língua sobretudo nos momentos de maior descontração, especialmente depois de um ou dois drinques a mais.

Atitudes - É preciso ainda modificar algumas atitudes, durante o horário comercial, que aparentam ser inofensivas, mas sugerem algum tipo de favorecimento. “Se o costume era almoçar sempre com o amigo, a promoção a líder faz com que deva despender esse tempo com outros membros da equipe também”, orienta o consultor Minoru Ueda, diretor de desenvolvimento da Íkone.

Feedbacks - A mesma lógica se aplica ao empenho em dar feedbacks e aos critérios adotados para a avaliação formal dos profissionais que chefia.

Intimidação - Um grande perigo, alerta Ueda, consiste em apelar para a intimidação quando não se consegue equilibrar o envolvimento emocional e a “indiferença” corporativa. Trata-se do famoso “Faça porque estou mandando”. É um bom caminho para perder não só o amigo mas também a confiabilidade enquanto líder.

(por Edson Valente, Portal UOL Empregos)

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