Estamos no terceiro mês de 2010 e acredito que os planos de muitas pessoas são: trocar de carro, reformar a casa ou guardar dinheiro para as próximas férias. Porém, imagino que poucas pessoas se perguntaram sobre o que fazer para sustentar as relações, tanto familiares quanto organizacionais. Convido o leitor a transformar 2010 no ano da empatia. Que tal?
A abrangência desta competência emocional é ampla. Ela pode ser veiculada em nossas vivências mais íntimas (família), ou nas profissionais, isto é, na relação constante entre líderes e colaboradores.
Sendo assim, minhas palavras aqui não se destinam somente aos líderes, mas também aos pais, aos estudantes de administração, aos professores de cursos de gestão de pessoas e interessados em promover um comportamento saudável de comunicação e sustentabilidade.
Acredito que uma empresa se torna sustentável pelo poder de comunicação que ela é capaz de exercer com seus funcionários e com a sociedade. Ao pensar na abrangência do conceito de empatia, surge a hipótese de que uma ação por parte do leitor também deve ser iniciada após se familiarizar com o tema.
O que quero dizer com isso? Muito se fala no poder da prática. Mas se não tomarmos consciência de que ela deve partir de cada um, o conceito nunca poderá ser aplicado em toda sua eficácia. Vivemos em momentos de urgência. Se no século XX, quando as pesquisas sobre o perigo do gás CFC foram divulgadas tivessem causado a ação de muitas pessoas, não estaríamos sofrendo com o aquecimento global nas escalas atuais. Mas isto não é culpa apenas do CFC, mas sim de várias outras situações poluentes.
Mas voltemos à empatia. Sempre que um conceito surge, devemos ponderar sua possibilidade de benefício comum. Foi o que aconteceu com Platão e suas ideias sendo retomadas no decorrer de toda a história. Sendo a empatia um conceito, ela clama urgentemente por aplicação.
A abrangência do conceito é ampla por natureza; visa tocar as pessoas e mostrar que sustentar as relações, bem como sustentar a natureza é um processo a longo prazo, em tempo integral. Para a empatia, não existe aquela história de “amanhã ainda dá tempo”.
Em 2009 comecei a escrever um livro. Uma de suas ideias centrais mostra o seguinte: após o processo de entender o que é empatia, surge o momento de agir, de iniciar ações específicas e exercer os elementos pertinentes ao conceito. Ou seja, ações como ouvir, não julgar sem conhecer, ser sincero, sentir o que os outros sentem, perceber suas dificuldades, estar aberto para ajudar e receber o diferente com muito entusiasmo são atividades pertinentes ao assunto, segundo mostro no decorrer da obra.
Quanto mais vezes divulgarmos as ações acima, mais o conceito pode ser espalhado e envolver pessoas. A abrangência da empatia depende, antes de mais ninguém, de você, caro leitor. Em suma, a abrangência de qualquer ação positiva depende de todos os envolvidos. Esperar pelos outros para agir será sempre o pior remédio. Vamos tomar 2010 nas mãos e dar sustentabilidade às relações com a empatia!
(por Minoru Ueda, publicado no Portal HSM)
segunda-feira, 8 de março de 2010
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Adorei. Parabéns!
ResponderExcluirUm artigo tão simples e ao mesmo tempo tão lúcido e verdadeiro.
ResponderExcluirParabéns Ueda! Você está à frente!
A empatia deve estar encravada nas pessoas. É necessário examinar-se a todo tempo para saber o quanto estamos sendo útil.
ResponderExcluirBala no alvo foi o texto.
Parabéns Minoru Ueda.
Sem dúvida, nunca parei para analisar desta ótica, Ueda, obrigado pela reflexão, somos tão imediatistas e sempre esperamos que no relacionamento, sempre é obrigação dos outros nos aceitarem primeiro e estarem abertos a nós. E na verdade, ensaiar praticas de empatia minimiza em muito as tensões dos relacionamentos nos dias de hoje. Vivamos esta prática a partir de nós mesmos.
ResponderExcluirObrigado Ueda pela rica reflexão.
Cristiano - Curitiba-PR
É bom ver artigos que saem da mesmice. Seu artigo ensina a pescar. Nos dá os instrumentos que precisamos para compreender nossas ações como líderes dentro de uma perspectiva mais ampla, nos dando assim a possibilidade de tomarmos decisões de maneira mais eficiente sempre que algo novo aparecer.
ResponderExcluirParabéns Ueda!
Simples assim, se colocar no lugar do outro, e experimentar verdadeiramente ver a situação sob outra ótica. Parabéns por trazer foco para o tema, muitas vezes associada à situações complexas, e que este teu artigo lembra que é essêncial à vida por ser a base das relações humanas e fazer toda a diferença na configuração de uma sociedade. Muito lúcida sua lembrança de que esta competência demanda treino e a vivência.
ResponderExcluirComo sempre, todas as competências da Inteligência Emocional nos mostra como é possível uma Administração mais humana. A empatia deve ser a competência primordial para todas as pessoas em todos os âmbitos profissionais. Especificamente na Administração, onde vivemos relações de poder e decisões a todo momento, esta é sem dúvida a solução de muitos "erros" empesariais.Ótimo artigo!
ResponderExcluirParabéns professor Ueda!
Oi, Priscila, agradeço ao seu feedback. Considero que as reflexões sobre o nosso cotidiano, uma das maneiras mais ricas de enriquecermos a nossa caminhada, pois as pessoas nos ensinam e de repente... podemos também compartilhar um pouco das nossas reflexões, aprendizagens e quiça conhecimento.
ResponderExcluirMeus votos de sucesso na nova caminhada no Vale do Paraíba.
Olá ,Robbert.
ResponderExcluirTambém acho que deveria estar encravada .
Considero que até que ela esteja, no entanto, como sempre sofremos influência do nosso meio, que não estimula muito este " olhar o outro", é necessário realizarmos o processo do autoconhecimento, uma das competências emocionais, para com certeza sermos "útil" as pessoas .
Abs
Olá, Cristiano de Andrade.
ResponderExcluirConsidero que todos nós em virtude do ambiente de complexidade que exige decisões rápidas,nos tornarmos imediatistas principalmente nas relações pessoais e profissionais.
Fico feliz em possibilitar esta sua reflexão, pois todos somos impactados neste ambiente de grande competição, e de repente o parar e olhar o outro como um ser que também possui expectativas já vale o encanto de viver.
Abs.
Olá, Wagner, sensacional a sua reflexão : "ensina a pescar" . Também acredito nisto, pois o processo de aprendizagem tem muito a ver com o nosso processo de autoconhecimento, já que é necessário que o leitor possa refletir no seu "caminhar" e principalmente nas decisões que deve tomar na trajetória de sua vida.
ResponderExcluirObrigado.
Olá, Maria Antônia, com certeza é uma competência que demanda treino e vivência. Acredito que um dos recortes para esta aprendizagem é o tempo que para "algumas" pessoas permite o amadurecimento profissional e pessoal. Agradeço as suas reflexões ampliando o texto para os grandes dilemas da nossa sociedade. Creio que o exercício da empatia com certeza deixaria um pouco menos complexos as nossas relações.
ResponderExcluirObrigado.
Obrigado, Gutemberg, pelas considerações emitidas. Concordo plenamente sobre as suas considerações sobre o ambiente de poder e decisões. Acredito que as pressões externas com frequência tumultuam o nosso bom senso, e neste momento, vale a pena considerar a nossa I.E.
ResponderExcluirCaro Minoru, primeiramente parabéns pelo artigo. É sempre bom exercitar nosso preguiçoso raciocínio; obrigado pela injeção de inteligência!
ResponderExcluirGostaria de acrescentar um ingrediente apimentado a este molho: a parcela de responsabilidade e - por que não - culpa, dos departamentos aspirantes a RH que reinam impunes nos ambientes corporativos atuais...
Um abraço!
Como é bom ler algo que vem de encontro as nossa necessidades reais, seja em qualquer âmbito de nossas vidas, está é uma verdade, as trocas são fundamentais para nosso crescimento e sem dúvida, o ato de nos colocarmos no lugar do outro, faz com que este crescimento seja sustentável e portanto capaz de propiciar um viver pleno.
ResponderExcluirObrigada pela sua colaboração.
Paulo Machado, o mundo de alta complexidade que vivemos constrói algumas armadilhas, dentre elas a preguiça de raciocinar. Obrigado pela sua “injeção de animo” e reflexão sobre a realidade do dia a dia organizacional.
ResponderExcluirMaria Luciene, considero importantíssimo as palavras-chaves do seu comentário: necessidades reais e viver pleno. Representam um grande incentivo para continuarmos as reflexões e, principalmente, o nosso crescimento sustentável neste planeta.
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